Dando continuidade ao post da parte 1, continuo trazendo breves primeiras impressões de alguns dos animes que me chamaram a atenção nesta temporada para você usar de parâmetro. E se você também já assistiu algum desses animes, diz pra mim o que achou nos comentários!
Honey Lemon Soda
Eu gosto de uma boa historinha de romance. Até mesmo algumas mais bobinhas me interessam. No entanto, Honey Lemon Soda é o tipo de história que testa a minha paciência. Claro, estou me baseando apenas nesse primeiro episódio, nunca li o mangá, mas quando o único traço de personalidade da sua protagonista parece ser estar caidinha pelo “herói” e o desse herói é ser… loiro e posar de descolado, começo a me questionar se vale a pena continuar assistindo. Por sinal, numa escola com gente de cabelos das mais variadas cores, não faz o menor o cara que tem cabelo loiro chamar tanta atenção. Então, ele é só supostamente descolado mesmo… e gosta de refri de limão. Essa personalidade rasa de ambos tira toda e qualquer química que o roteiro quer forçar pra gente que existe. E a animação, tão ruim quanto o roteiro, não ajuda em nada para melhorar isso. Benzadeus. JC Staff parece estar cada vez mais inconsistente em suas animações. A única coisa que senti que se salva nesse primeiro episódio é a direção. A condução do episódio em si foi boa, especialmente em mostrar pra gente o aspecto do bullying sofrido pela protagonista. E é unicamente esse aspecto que vai me fazer ver o próximo episódio, para ver se teremos algum vislumbre de que talvez tenhamos uma história de fato aqui.
Continuarei assistindo? Sim (surpreendentemente)!
Momentary Lily
É realmente incrível como que, com três minutos de episódio (contando a abertura), eu já queria parar de assistir Momentary Lily. Há tempos não via tamanha tosqueira. Dá para resumir Lily em um conjunto de cenas de ação protagonizadas por estereótipos ambulantes que se reúnem sem razão aparente para enfrentar monstros genéricos amarradas por cenas aleatórias expositivas cujo único intuito é flertar com alguma suposta profundidade que eu duvido que exista e para tentar explicar sem sucesso o que está acontecendo.
Achou que deveria ter alguma vírgula na frase anterior para dar um respiro? Pois é… taí outro defeito dessa diarreia animística. A direção parece ciente da falta de substância do anime e, para tentar fazer com que a gente não perceba, esforça-se para ativamente não dar tempo do espectador absorver o que está acontecendo em cena. Não há silêncio. Efeitos sonoros, música de fundo (mais alta do que deveria) e diálogos se misturam numa cacofonia constante. Um fetiche patológico com movimento de câmera nauseante. Cabelos e roupa com animação exagerada. Tudo para distrair. Tudo para fazer o espectador esquecer que está assistindo um grande nada.
Sabe quando você tá querendo tirar foto com um bebê chorando e as pessoas ao redor ficam tentando fazer ele olhar pra foto distraindo ele com alguma coisa, mas no final você só se sente numa situação completamente miserável? ISSO é Momentary Lily.
Tudo parece acontecer porque sim. O roteiro não passa de uma sequência de monólogos em meio a uma cena de ação confusa. Nada conversa com nada e, para piorar, as dubladoras parecem não reagir ao que acontece na cena. Fica a impressão de que são vozes saem da cabeça das personagens e não da boca.
E ESSA DESGRAÇA AINDA TEM TRÊS DIRETORES!
Perdoem a revolta, mas esse anime é uma tragédia.
Continuarei assistindo? Não.
Kono Kaisha ni Suki na Hito ga Imasu
Embora muitos mangás falem sobre relacionamentos adultos (até certo ponto) realistas, poucos acabam sendo adaptados para anime. Por isso que quando algum aparece, acaba quase sempre chamando a minha atenção. No caso de Kono Kaisha ni Suki na Hito ga Imasu, o enredo aborda a vida de um casal recém formado de colegas de trabalho que decidem manter segredo quanto a isso e as situações que isso os coloca. O mangá terminou com surpreendentes 15 volumes, o que talvez indique que não ficaremos restrito apenas a essa gimmick inicial, embora seja um anime de comédia situacional. Material suficiente imagino que tenha. Se você gostou de Wotakoi, imagino que vá curtir este anime também pois as similaridades são palpáveis (até no estilo da animação).
Continuarei assistindo? Sim!
Medalist
Que saudade de Yuri!!! on Ice… Quando fiquei sabendo que um mangá de patinação no gelo havia estreado na Afternoon eu fiquei bastante interessado para ler. Porém, por coisas da vida, acabei nunca lendo. Adianta para 2025 e o anime desse mangá estreia. Claro que eu não ia deixar essa oportunidade passar de novo. Então, assisti e fiquei extremamente feliz com o que vi.
Medalist me cativou especialmente ao pincelar (pelo menos por enquanto) uma discussão interessante: o sacrifício que atletas mirins tem que fazer para se dedicar ao esporte. A questão de “desperdiçar” a sua infância para uma chance ínfima (comparativamente falando) de chegar às grandes competições. Porém, ao sermos pessimistas quanto a isso esquecemos que muito fazem esse sacrifício por paixão. Paixão que os motiva mesmo quando eles sabem que não tem “futuro” no esporte.
A relação entre o treinador e a nossa protagonista patinadora irá refletir exatamente isso. Ele começou tarde (já na adolescência) a patinar, mas persistiu, mesmo recebendo várias negativas. Agora, ele se vê diante de uma pessoa tão apaixonada quanto ele, mas que também começou tarde (na pré-adolescência) a patinar. E tudo que ele quer é usar a experiência dele para tentar “recuperar o tempo perdido” e entregar para essa menina o sonho dela de ser uma patinadora… mas principalmente porque ela é apaixonada por aquilo.
Fico feliz que Medalist se importa com os seus personagens tanto quanto com retratar o esporte que eles praticam. Infelizmente, muitos acabam esquecendo disso.
Continuarei assistindo? Sim!
Hana wa Saku, Shura no Gotoku
Acho que estou exigente demais com esses primeiros episódios… mas não consigo ignorar a grande questão de como diabo a Mizuki descobriu sobre a Hana, uma garota que mora numa ilhazinha que não tem nenhuma outra garota da idade dela? E eu entendo que tempo é preciso em anime, mas seria bom se tivessem trabalhado um pouco mais os conflitos da Hana em entrar ou não para o clube de rádio. Porque deu para ver que a história tem camadas, a própria ambientação do anime já é intrigante por si só, mas parece que o episódio se segura toda vez que parece que vai mergulhar mais fundo. No final, fica parecendo que a Mizuki é só uma chata que não dá nem tempo da Hana pensar e evoluir por si só, o que claramente não é o que eles querem mostrar. A história original é da mesma criadora de Hibike! Euphonium, um anime que eu adoro, o que me dá fé que pode ser uma série boa para se acompanhar. E, embora o estúdio encarregado da adaptação seja bastante desconhecido (perdoem-me se estiver falando besteira, mas nunca tinha ouvido falar), esse episódio mostra momentos belíssimos quando interpreta os recitais visualmente. Podia ser melhor? Sem dúvida, mas deixou o gostinho de quero mais.
Continuarei assistindo? Sim!
Sakamoto Days
A Netflix sabe muito bem escolher animes nos quais investir. Eles tem um público amplo e precisam de séries que consigam “furar a bolha” e chegar ao mainstream. Pois Sakamoto Days cai como uma luva nesse quesito. Trata-se de um Anime com “A” maiúsculo. É o tipo de obra que a gente pensa quando pensa em anime. Exagerada. Intensa. Divertida. Inusitada. E a adaptação conseguiu capturar muito bem o clima da obra original (em publicação no Brasil). Talvez ainda tenha espaço para melhorar o timming cômico e talvez a animação esteja um pouco aquém do que eu gostaria de ver, mas uma boa direção fez com que esse primeiro episódio passasse num piscar de olhos. Excelente anime para ver de forma descompromissada enquanto almoça, por exemplo (até porque os episódios estão dublados). O material original é bom, claro, mas méritos para o diretor que conseguiu manter o espectador vidrado na ação. Vida longa a Sakamoto Days e que possamos ver mais e mais temporadas da adaptação desse divertido mangá.
Continuarei assistindo? Sim!
O que eu farei agora? Continuarei assistindo aos animes que marquei como “Sim!” pelo menos até o terceiro episódio. No decorrer da temporada e além, caso ache interessante comentar alguma coisa sobre eles, farei um post, seja no meio, ao final ou após o final das séries.
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